quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Política e Ética II


Respondendo à pergunta deixada no post "Politica e Ética", é importante, primeiro, ressaltar que ninguém é 100% ético. Segundo, que cada um tem sua ética, a questão é seguir ou não os seus princípios. A ética deve estar baseada na moral, nos valores estabelecidos pela sociedade, mas cada um vai criar seus princípios, normalmente refletindo a sociedade, seu grupo social. Muitas vezes se faz confusão entre ser antiético e ser aético, e a diferença é simples. O antiético é quem, apesar de ter seus princípios e valores, não os segue, indo contra a sua ética. Já o aético é quem, ao agir, não leva em conta os princípios e valores, quem simplesmente age sem pensar se acredita estar certo ou errado. O mais comum é termos casos de ações antiéticas. Ou até ações éticas, mesmo que consideremos erradas, mas que estão de acordos com princípios e valores. Como cada um tem sua ética é preciso que haja uma ordem, uma regulação, daí as normas sociais, os padrões, que muitas vezes precisam ser institucionalizados, organizados, através do Direito. Retornando à questão política, já foram feitas pesquisas no Brasil com dois grupos de perguntas: as primeiras questionando a opinião sobre casos de comportamento antiético dos políticos (nepotismo, desvio de dinheiro público, levar a família em viagens oficiais, etc.). Cerca de 80% em média responderam que condenavam este tipo de comportamento. Depois, as mesmas pessoas eram questionadas sobre o que fariam nas mesmas situações. E, nenhuma surpresa, também cerca de 80% disseram que fariam a mesma coisa. Não estou dizendo que esta seja uma verdade incontestável, mas sim que o país do jeitinho, da malandragem, da falta de ética, só pode começar a ser diferente a partir de cada um, da vontade de seguir formas mais éticas de comportamento, de ação, de trabalho, de política, de organização, enfim, em todas as esferas sociais. Ou será que continuaremos sempre com a máxima de que "é bonito ser feio"?

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